De dentro da caixa guardada no fundo do armário apareceram essas figurinhas da turma da Luluzinha. Elas eram mais antigas que eu, mas quando ganhei de meu pai, agarrei e nunca mais me separei. Me fizeram companhia na infância e ficaram cuidadosamente guardadas na adolescência e idade adulta, quando passaram comigo por todas as minhas moradas.

O apego não é à toa, Luluzinha era meu gibi preferido. Me recordo das idas à banca Jorelli no centro de Florianópolis, todos os domingos. Meu pai me dava carta branca para escolher meu gibi e ele comprava o exemplar da vez da revista Cinemin. (Coleção que mais tarde doamos para um amigo).
Luluzinha & Bolinha me influenciaram graficamente com seus traços limpos e coloridos. Lulu também foi a primeira feminista que tive contato. Era uma menina inteligente, ardilosa e sabia se impor perante aos meninos do Clube do Bolinha. Além de ter sido criada por uma mulher, a cartunista Marjorie Buell.
Com o tempo, minha coleção tornou-se grande e talvez um dos maiores arrependimentos da vida foi ter me desfeito dela. Salvei alguns exemplares e mais tarde resgatei edições em sebos, a fim de recuperar o tempo perdido.
Mal sabia que nenhum tempo é perdido. As memórias da Lulu dentro de mim estão bem mais vivas do que imaginava! E para sempre.

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