O ato gratuito

No meio da tarde, meu ateliê fica iluminado. Dali vejo o sol ir gradualmente se escondendo atrás do morro. Hoje estava bem claro e trouxe um pouco de calor nessa segunda úmida e fria.

Antes disso, apertei o play nesse episódio do podcast Literapia, da amiga Bruna Roisenberg. Ela leu o conto “O ato gratuito” de Clarice Lispector que me embalou: quem não deseja largar tudo no meio da tarde e ir passear num parque? Parar o trabalho e ver a vida de outra perspectiva, tomar um fôlego e recuperar as ideias?

No caso, Clarice pegou um táxi e foi para o Jardim Botânico. Queria me dar ao luxo de estar nesse momento no Rio de Janeiro. Do Jardim Botânico tenho boas lembranças de infância com as babás ou amiguinhos. Pra mim, era um labirinto divertido no meio das altíssimas jaqueiras, chafarizes, os jambeiros e as famosas palmeiras imperiais.

Eu e minha amiga Nice.

Por ora, tenho ao meu alcance largar o bordado, pegar o carro e ir para algum parque da minha cidade. Talvez o Horto que fica perto de casa ou até mesmo o nosso árido jardim botânico.

Imagino tudo isso, olho para a mesa, as linhas, a tesourinha…e fico. Mas com planos de um dia largar tudo no meio da tarde.

Comentários

  1. Avatar de ivanjeronimo

    Não largas porque não queres!

  2. Avatar de Alê Araújo

    hahhahahahahha o marido trazendo verdades

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