Sinto saudades de sair na rua, pegar ônibus, pegar uma fila. Eram lugares que rendiam assunto para escrever.
Hoje surgiu a oportunidade e fui pegar uma horinha de fila.
Logo a mulher atrás de mim, nativa da barra da lagoa, começou uma conversa. O homem seguinte a reconheceu da fila do outro dia e logo juntou-se à nossa conversa. Em poucos minutos outra mulher entrou com tudo no papo, trazendo relatos da vida de antigamente na ilha.
Falamos da coruja que entrou na igreja e ficou a missa toda (com fotos para comprovar!), das arapongas nos anos 80 que faziam barulho de ferro batendo. Era o som das minhas tardes de infância como moradora do centro da cidade.
O senhor relatou que o mar chegava até o Hospital de Caridade, muito antes da obra do aterro, onde ele vendia marisco ainda criança com seu pai. Ainda falamos dos saguis que entram nas casas e pegam frutas e da infestação de jacarés. Houve um que atacou um cachorro na beira-mar!
Eu só queria deixar meu pedido pro Corona: querido, dê uma trégua que a gente é feito de convívio!
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