Categoria: Na cozinha

  • Era uma vez um levain.

    Era uma vez um levain.

    Já tive bicho scoby para fazer kombucha, já tive bicho kefir para o iogurte.

    Mas o meu preferido era o levain que rendia bons pães.

    Ganhei de um amigo que, além de me trazer de longe, ensinou todo o processo de um pão bem feito. Todo conhecimento, além do próprio levain, veio da Neide Rigo. Era levain chique, criado por gente sábia na cozinha.

    Então, eu era a pessoa diferentona que já fazia pão de fermentação natural antes do advento da pandemia. (Assim como yoga, mas já é assunto pra outro post).

    Eis que me tornei a nada diferentona que se cansou nesses últimos dois anos. Cansei de fazer meu pão e passei a comprar nos pequenos produtores de pão de fermentação natural. (Não cansei nada da yoga, diga-se de passagem).

    O coitado do meu levain passou meses enclausurado na geladeira. A verdade é que ele entrou em estado de torpor, foi praticamente uma hibernação compulsória. Foi perdendo o viço, se tornando cinza, até que tomei vergonha na cara e decretei seu fim. Meu cansaço o tinha levado à morte.

    Com isso, tive que decretar também a minha derrota e aguentar o livro amarelo de pães do Américo Camargo me olhando feio na estante.

    Diante de tal tristeza, venho aqui pedir um pedacinho de um levain, para poder cuidar novamente com afinco e produzir meus tão cheirosos pães. É possível? 🙂

  • O pão

    O pão

    Ingênuo quem acha que nessa pandemia sobrou mais tempo pra gente porque estamos todos em casa.

    Sonhei em poder fazer meu pão de fermentação natural todos os dias, mas a realidade deu um tapa na cara e me afogou em trabalho.
    Além disso, tem a organização da casa: o monstro da pia não dá trégua, o pelo do gato flutua pelo ar e a roupas sujas não podem esperar.

    Com tudo isso, quando finalmente consigo fazer meu pão, é ouro! A espera, a sova, a farinha integral orgânica, a massa borbulhante e, por fim, o cheirinho do forno que se espalha pelo lar.