E quem paga por isso?

Na tarde de uma sexta veio a notícia pelo celular: ela não aguentou e partiu.

Sabe aquelas pessoas que são de seu convívio sem você nem escolher?

Depois do choque, veio o luto. Recebi a notícia sem mesmo ter o conhecimento de que estava doente. Fiquei semanas remoendo, pensando, elaborando aquela partida sem despedida. Em um dia escutava sua voz no corredor, no outro ela já nem existia mais neste planeta.

Pensei em muita coisa. Muita coisa mesmo. Lembrei de quando a alertei do uso da máscara e ela prontamente falou que não acreditava nos “germes”. No dia me causou indignação e riso, agora eu sentia um gosto amargo descer pela garganta,

Recordei também de quando ela afirmou que não tomaria a vacina porque tinha alergia. E eu pensava comigo de como o ser humano recorre de subterfúgios para explicar sua própria ignorância.

Teve o dia de uma conversa sobre armas. Fiquei chateadíssima. Mas internamente meu veredito de negacionista estava confirmado.

Não pense que as coisas são tão simples. A notícia não seguiu de um “bem feito” ou um “eu avisei”. De repente eu estava profundamente triste com a perda daquela pessoa que nem minha amiga era, mas que me tratava bem e tinha momentos engraçados. Fiquei com pena. Queria ter ajudado.

Mas é assim que o discurso de um psicopata que está temporariamente na presidência consegue minar as famílias. Assim ele extermina uma parte da população. E aqueles que ficam? Não aprenderam nada, pelo que sei.

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