Era uma vez um levain.

Já tive bicho scoby para fazer kombucha, já tive bicho kefir para o iogurte.

Mas o meu preferido era o levain que rendia bons pães.

Ganhei de um amigo que, além de me trazer de longe, ensinou todo o processo de um pão bem feito. Todo conhecimento, além do próprio levain, veio da Neide Rigo. Era levain chique, criado por gente sábia na cozinha.

Então, eu era a pessoa diferentona que já fazia pão de fermentação natural antes do advento da pandemia. (Assim como yoga, mas já é assunto pra outro post).

Eis que me tornei a nada diferentona que se cansou nesses últimos dois anos. Cansei de fazer meu pão e passei a comprar nos pequenos produtores de pão de fermentação natural. (Não cansei nada da yoga, diga-se de passagem).

O coitado do meu levain passou meses enclausurado na geladeira. A verdade é que ele entrou em estado de torpor, foi praticamente uma hibernação compulsória. Foi perdendo o viço, se tornando cinza, até que tomei vergonha na cara e decretei seu fim. Meu cansaço o tinha levado à morte.

Com isso, tive que decretar também a minha derrota e aguentar o livro amarelo de pães do Américo Camargo me olhando feio na estante.

Diante de tal tristeza, venho aqui pedir um pedacinho de um levain, para poder cuidar novamente com afinco e produzir meus tão cheirosos pães. É possível? 🙂

Comentários

  1. Avatar de Ivan Jerônimo

    Tomara que uma alma caridosa leia esse post! 🍞

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