Eu já deitada, Anna Kariênina novinho em folha na mão, lendo o prefácio de Thomas Mann, o marido pergunta: “Cadê a aniversariante?”. A gata está dormindo lá no meu ateliê. E ele traz a aniversariante pra dormir com a gente.
…
Em busca do silêncio impossível.
…
Enquanto caminho, Billy Corgan canta no meu ouvido, avisto um gato no alto da varanda de sua casa, um passaroco passa por mim carregando parte do material para a obra do ninho, as maritacas comem o alpiste colocado religiosamente todas as manhãs pelo senhor que mora em frente, a obra de ampliação da casa da esquina já está avançada, conheço o bebê que mora na casa dos gatos de sobrenome Mia, o banco que gosto de dar uma parada já está ocupado por uma senhora fumante de perfume forte, e Giordano – o gato mais gordo do Brasil – nunca mais foi avistado.
…
Esse termo “entregar” para tudo que se faz na vida está muito errado. Esses dias ouvi um jovem falar que acumulou tantas horas de tal jogo. Acumulou? Pra mim, perdeu.
…
Deixe um comentário