Em um segundo, tudo podia mudar.
No meio do caminho pra casa, decidimos ir a um café. Vamos? Será? Fomos.
Sentamos na única mesa vazia lá fora. Aguardamos nosso café filtrado e os pães de queijo.
Foram servidos e sorvidos calmamente. De repente, um objeto pesado cai sobre a cobertura de onde estávamos, causando um estrondo enorme e um grande susto.
Uns correram, eu fiquei paralisada. Uns falaram que alguém havia caído do prédio, outros ficaram mais reticentes em dar um veredicto.
A chaminé metálica do estabelecimento havia despencado em cima do teto de policarbonato, que resistiu à colisão e não partiu sobre nossas cabeças. Nossa mesa estava ali, logo abaixo onde tudo ocorreu.
Os pensamentos do que podia ter acontecido me atordoaram por alguns minutos depois. Imaginei minha gata Beterraba órfã de pai e mãe, sem ração por horas em casa.
Mas logo passou.
A vida é isso, questão de segundos. Um sopro, como gostava de dizer Niemeyer.
Foto: arte feita por mim em tipografia, na Oficina Papel do Mato.
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