Criamos coragem, colocamos as máscaras PFF2, nos munimos de papel e caneta e fomos desenhar “in loco” para o encontro dos Urban Sketchers desse último sábado.
Escolhemos essa casa quando soubemos que seria demolida. A escola de dança de uma amiga teve que sair do imóvel para anunciar mais uma notícia triste para o centro de Florianópolis. É um canto tranquilo no miolo da cidade. Fica em uma ruelinha que outrora não tinha nem saída para a Avenida Gama D’Eça. Hoje desemboca numa curva onde se avista uma figueira centenária com raízes vastas e firmes, sob uma sombra deliciosa. Ali mesmo eu e Ivan colocamos nossos banquinhos para desenhar.
Desenhar em casa através do Google Street View já estava se tornando enfadonho. A perspectiva enganosa de uma foto não tem a menor graça. E essa tarde foi particularmente prazerosa por estarmos lá.
Registrar o momento da cidade através da sua arquitetura me fez refletir sobre todas as paisagens que já se foram. Me dói profundamente quando recordo do desaparecimento do predinho Mussi, meu preferido de todos. Sua demolição foi criminosamente feita num domingo. Uma perda irreparável para a memória urbana de Florianópolis.

Desde meus anos de estudante de arquitetura na Universidade Federal de Santa Catarina, não vejo uma vontade pública ativa para a preservação do patrimônio histórico. A cidade continua se transformando rapidamente. E para pior!
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