Se passo em algum lugar e alguém que não conheço me olha de um jeito diferente, já sei exatamente o que a pessoa está pensando: que sou quem não sou.
Aconteceu na loja de cosméticos, quando a atendente veio correndo passando na frente da outra atendente.
No café, acharam se tratar dela e não de mim.
No bar na calçada da Augusta, os rapazes da mesa ao lado conferiram no telefone a foto dela, que obviamente não era a minha.
O garçom do restaurante em Salvador, que veio ao pé do ouvido me perguntar se eu era ela. Mas eu sou eu.
Teve o marido da aluna, a amiga da amiga, a conhecida, o conhecido, o vizinho e a vizinha. Todos achavam eu muito parecida com ela.
Já tiramos fotos juntas, já lhe entreguei um presente, já a encontrei numa exposição. Só ela não pensava que eu podia ser ela.
Até o dia em que uma amiga me viu de longe no aeroporto. Levou um susto ao perceber que não era eu, era ela! A Fernanda.
Deixe um comentário