A categoria tia-avó não é muito enaltecida. Sempre ficou esquecida entre uma tia descolada e uma avó que faz as nossas vontades.
Mas eu tinha minha tia Maria. Tia-avó, irmã do vô Grillo.
Tia Maria morou no Rio de Janeiro e tinha todos os trejeitos de madame carioca, o que me fascinava.
Ela me presenteava com frequência com bolsinhas de crochê feitas por ela mesma. Cada uma em um modelo diferente e sempre com um brochinho pregado. O de coelhinho tenho guardado até hoje.

Foi também a tia Maria que fazia o famoso mingau de chocolate quando íamos visitá-la. Um verdadeiro “comfort food” que resgatei nos primeiros dias de isolamento da pandemia.
Lembro também de uma casa em que ela morou, já de volta à Minas. Um longo corredor na entrada, samambaias e piso de caquinho de azulejo.
Tia Maria já foi embora faz tempo, mas entre as oscilações da minha mente, a memória dela voltou vívida no dia de hoje. Uma memória boa, com cheiro do mingau.
*Tia Maria está à esquerda na foto.
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