Comecei o ano relendo o diário de Anne Frank. Essa edição, editada pela própria Anne, leva o título “Querida Kitty“. Não é fácil reviver com ela esse período de esconderijo, que sabemos que vai terminar mal. Mas dessa vez, vi na adolescente de apenas 13 anos uma menina perspicaz, engraçada e com muita vontade de escrever. Só agora soube que ela tinha o intuito de mostrar seus escritos para o mundo. No tempo em que morou na “casa dos fundos”, não só escreveu seu diário, como o editou e registrou muitas outras coisas em cadernos e folhas soltas. Hoje estão todos na Fundação Anne Frank, criada por seu pai Otto Frank.

Não é fácil relembrar tempos sombrios da humanidade. O holocausto foi um desses acontecimentos que não deixa a gente parar de se surpreender com a maldade humana.
Coincidentemente, nessa primeira terça-feira do ano em que terminei essa leitura, tive a infelicidade de entrar em um sebo no centro de Florianópolis e me deparar com edições de Mein Kampf. Estavam dispostas propositalmente acima das prateleiras de livros, com as capas viradas para frente.

A imagem me gritou aos olhos e me doeu no coração. Decidi não falar com o dono do estabelecimento por medo. Respirei fundo, saí e te peço: não entre, não compre e ignore o Sebo Império, na rua Hercílio Luz, em Florianópolis.
Deixe um comentário