Primeiras vezes

Mais uma vez fui influenciada pela Bruna a escrever (ainda bem!).

Em sua última newsletter, ela falou das últimas vezes. Aquelas que nem sabíamos que seriam as últimas, pois nem sabíamos que iríamos passar por uma pandemia. A última vez que assistiu a um filme no cinema, a última vez que foi num café com amigos. São várias e falarei sobre isso em um futuro próximo.

Mas vou falar das primeiras vezes. A maior, claro, é a primeira vez que passo por uma pandemia e tenho que andar com máscara e longe de gente e lugares fechados. Acho que é a sua primeira vez também, né?

Mas a nova vida fugindo de um vírus também permitiu que eu fizesse coisas pela primeira vez.

Comecei a encontrar os amigos em lugares abertos e inusitados. Pela primeira vez, os encontros não seriam mais em mesa de bar ou no sofá de casa. Comecei a andar com cadeiras de praia no carro permanentemente: qualquer gramado é uma potencial sala de estar! Assim passei a vê-los na borda de uma lagoa, no terreno de uma igreja ou no campus vazio da universidade.

Passei a agradecer por morar numa ilha. Temos natureza e espaços vazios por todos os lados! Nada melhor para despistar um vírus.

Também foi a primeira vez que adotei o bairro residencial vizinho ao meu como minha pista de caminhadas. Cedinho, só tenho a companhia de alguns gatos, passarinhos e pica-pau e da lua que insiste em aparecer mesmo depois de amanhecer.

Também pela primeira vez adotei as escadas do meu prédio como o acesso principal da minha casa. Há um ano e meio não uso elevador e os mais de oito lances não são mais impedimento para nada.

Foi a primeira vez que passei a fazer yoga por vídeo e tem sido assim desde então. Possibilitou que eu não interrompesse a prática por nenhum dia. Não preciso me deslocar de casa o que me permite alguns minutos de leitura entre o café e a prática.

Esse foi outro ponto: pela primeira vez começo o dia mais calma, sem a correria pra sair de casa. Assim, descobri que gosto muito de ler de manhã bem cedo. Minha concentração nesse horário é máxima e a cidade ainda está quieta.

Acho que foi a minha maior e melhor descoberta: acordar às 5h30 e poder ler enquanto há silêncio total.

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