Recentemente, encontrei em casa livros na língua espanhola. Alguns ainda embalados no plástico, com preço anotado na capa. Vieram de viagens a países vizinhos e ficaram aguardando o momento de serem lidos.
Resolvi começar por um Alejandro Zambra: “Formas de volver a casa”, ainda receosa por ter dificuldades na leitura. O que, ainda bem, não aconteceu.
O título “Cosas que nunca te dije”, de María José Viera-Gallo, me remeteu ao filme homônimo da diretora Isabel Coixet. Assisti há muitos anos nas zapeadas sem compromisso de canais de filmes Showtime. Nunca mais o revi.
O livro não tem nada a ver com a obra cinematográfica, foi só uma coincidência de nomes. São contos e está sendo minha última leitura desse dois mil e vinte um. Estou gostando muito!
A coletânea de contos de autores colombianos, chamada “Puñalada Trapera“, foi encontrada numa livraria pequena e graciosa, a Santo & Seña, que fica no bairro de Chapinero, em Bogotá.
Nesse lugar também se vendem LPs, fitas cassete e toca-discos e aparelhos de som retrô. Sem contar com as novas polaroids e seus filmes. Tudo tão lindo que fiquei horas passeando e saboreando o espaço,
Já o livro do chileno Pedro Lemebel , “De perlas y cicatrices”, foi indicado por amigos também chilenos, ao passearmos em uma livraria no agradável bairro de Ñuñoa, em Santiago. Este ainda será lido.
Nos últimos meses, a língua espanhola tem sido minha companheira. Tinha esquecido de como é bonita e fluida.
Estudei espanhol na escola na época em que o idioma foi obrigatório por um programa do Mercosul. Éramos adolescentes, cheios de si, e achávamos que não nos serviria para nada. Só passei a dar valor à língua depois de adulta e de visitar países de língua espanhola. Comecei a notar as variedades de palavras de país para país e seus diferentes sotaques. Além das pessoas que conheci e que gosto muito.
A leitura em espanhol que tenho feito hoje me fez relembrar dos mestres do passado. A professora chilena Alejandra foi a minha preferida. Depois ainda tivemos professores argentinos e até um brasileiro.
As viagens, os lugares, as comidas, as pessoas. Todos esses sabores, cheiros e memórias têm me visitado através dessa língua, da qual eu fui ingrata por muito tempo.
Deixe um comentário para carolgrilo Cancelar resposta